sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

RECICLAGEM DO ENTULHO


A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileirasdemonstra um enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são distribuídos por todaa sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos deremoção e tratamento do entulho.Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais comoterrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias. As prefeituras comprometem recursos,nem sempre mensuráveis, para a remoção ou tratamento desse entulho: tanto há o trabalho deretirar o entulho da margem de um rio como o de limparr galerias e desassorear o leito de córregosonde o material termina por se depositar.O custo social total é praticamente impossível de ser determinado, pois suas conseqüências geram adegradação da qualidade de vida urbana em aspectos como transportes, enchentes, poluição visual,proliferação de vetores de doenças, entre outros. De um jeito ou de outro, toda a sociedade sofrecom a deposição irregular de entulho e paga por isso. Como para outras formas de resíduos urbanos,também no caso do entulho o ideal é reduzir o volume e reciclar a maior quantidade possível do quefor produzido.A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como umindicador do desperdício de materiais. Os resíduos de construção e demolição consistem emconcreto, estuque, telhas, metais, madeira, gesso, aglomerados, pedras, carpetes etc. Muitos dessesmateriais e a maior parte do asfalto e do concreto utilizado em obras podem ser reciclados. Estareciclagem pode tornar o custo de uma obra mais baixo e diminuir também o custo de suadisposição.Note-se ainda que a demanda por habitação de baixo custo também torna interessante a viabilizaçãode materiais de construção a custos inferiores aos existentes, porém sem abrir mão da garantia dequalidade dos materiais originalmente utilizados. Desta forma, o intuito do estudo, cujos resultadosparciais são apresentados aqui, é o desenvolvimento de técnicas que garantam a qualidade deelementos construtivos produzidos com agregado derivado de entulho a custos inferiores aosagregados primários.Os estudos realizados com vistas ao emprego de agregados de entulho na fabricação de elementosde concreto dentro das condições de fabricação (traços) já utilizados na prefeitura da Universidadede São Paulo permitiram atingir as seguintes conclusões, para as amostras ensaiadas:● a reciclagem de entulho para os fins visualizados é viável;● os parâmetros de resistência à tração e flexão dos elementos de concreto com entulho sãosemelhantes e chegam a superar aqueles obtidos para elementos de concreto feitos comagregado primário;● os parâmetros de resistência à compressão do concreto de entulho podem atingir valorescompatíveis ao concreto com agregado primário.


Construção Civil e Meio Ambiente


A Prefeitura de Belo Horizonte recolhe o entulho da população e reutiliza na própria construção civil como substituição para areia e brita.É reutilizado também no calçamento de ruas e avenidas.Cerca de 40% do lixo domiciliar é composto por restos de entulho.A prefeitura disponibiliza um serviço de coleta desses materiais.Basta que o cidadão telefone e peça.É um esforço da prefeitura para que o entulho não seja jogado nas ruas da cidade.Infelizmente a maior parte da população prefere jogar o lixo em qualquer lugar seja por desconhecimento desse serviço ou por puro comodismo.

O Risco da Exposição ao Sol na Construção Civil

Radiação UltravioletaRiscos à saúde fazem com que a proteção solar seja essencial no trabalho desenvolvido a céu aberto, como é o caso da construção civil. A radiação ultravioleta (UV) está nos atingindo diariamente, proveniente do sol. Embora os raios sejam invisíveis, o seu efeito na pele pode ser visto e sentido quando uma exposição prolongada resulta em queimaduras dolorosas. Com a depreciação da camada de ozônio na atmosfera da Terra, cresceram os riscos da exposição à radiação ultravioleta. Isso causou o crescimento da preocupação sobre o assunto em todo o mundo.A radiação ultravioleta ocupa a faixa entre a luz visível e o raio-X, no espectro eletromagnético. Os raios UV têm comprimento de onda mais curtos do que a luz visível. Comprimentos de onda são medidos em nanômetros (nm), que representam um bilionésimo do metro ( 1nm = 1 x 10-9 m ).A radiação ultravioleta pode ser dividida em três categorias, de acordo com os comprimentos de onda, conforme mostrado a seguir:UV-A320 – 400 nmUV-B290 – 320 nmUV-C100 – 290 nmOs raios UV-C do sol, entretanto, não representam uma preocupação porque os comprimentos de onda mais curtos que 290 nm são filtrados pela camada de ozônio, na atmosfera, e não alcançam a superfície da terra.A superexposição à radiação UV leva à dolorosa vermelhidão da pele – a queimadura. A pele pode ficar bronzeada, ao produzir melanina para se proteger. Embora essa pigmentação escura bloqueie parcialmente os raios, a proteção está longe de ser completa e danos à pele ainda acontecem. Como se vê, o bronzeado que há tanto tempo vinha sendo associado com saúde e boa aparência é, na verdade, um sinal de uma pele danificada.Cada exposição aos raios ultravioletas é armazenada em nossa pele. O bronzeado pode desaparecer no inverno mas o dano causado pela exposição à UV é cumulativo. A exposição crônica ou prolongada à radiação ultravioleta tem sido relacionada com diversos efeitos à saúde, incluindo o câncer de pele, envelhecimento prematuro da pele e problemas nos olhos.Quiemaduras solares com bolhas, sofridas durante a infância e adolescência são consideradas como origem para um melanoma, a mais perigosa forma de um câncer de pele. Melanomas podem gerar metástases para outras pasrtes do corpo e levar à morte. Para pessoas com três ou mais queirmaduras com bolhas antes dos vinte anos, o risco de desenvolverem melanoma é quatro a cinco vezes maior do que para aqueles que não tiveram esse tipo de ocorrência.Pessoas que trabalham a céu aberto, por três ou mais anos, ainda como adolescentes, têm três vezes maior risco do que a média de desenvolverem um melanoma. Hereditariedade também pode ser um fator com 10 % dos casos de melanoma ocorrendo em família.Além disso, pessoas com a pele clara, louras ou ruivas ou ainda com marcas, sardas ou sinais nos braços, rosto ou nas costas são mais propícias a adquirir melanoma.UV-A e UV-BA exposição a luz solar geralmente resulta na exposição tanto à UV-A quanto à UV-B.Exposição à UV-B causa queimaduras, produção de melanina, desgaste da camada mais externa da pele e danos aos tecidos que compõem a pele. A exposição à UV-B também é carcinogênica. Na verdade, ela é a primeira causa de cânceres de pele que não sejam melanomas.A radiação UV-A penetra mais profundamente do que a UV-B, danificando as estruturas internas da pele e acelerando o seu processo de envelhecimento.O câncer de pele pode resultar da radiação ultravioleta, vinte ou trinta anos após a exposição.Danos aos olhosA radiação UV pode danificar os olhos assim como a pele. Um estudo recente foi feito com pescadores que permaneciam muito tempo na água e estavam expostos não somente à luz direta mas também à luz refletida do sol. Os pescadores que não protegiam seus olhos do sol tiveram mais de três vezes a incidência da forma mais comum de catarata do que aqueles que protegiam seus olhos regularmente.ProteçãoPara se proteger dos raios ultravioletas, use filtro solar, utilize óculos escuros com proteção UV e procure não se expor ao sol no final da manhã e no início da tarde, quando os raios são mais intensos.Qualquer pessoa que fique muito tempo exposta ao sol deve usar filtro solar. Usado corretamente, o filtro solar irá reduzir a intensidade do dano à pele, pelo boqueio dos raios UV. Os filtros solares devem ter no rótulo a indicação do fator de proteção solar ( FPS ). Esse fator – FPS – estima a quantidade de proteção oferecida contra a radiação UV-B. Quanto maior o número do FPS, maios será a proteção à UV-B. Utilizar um filtro solar com FPS 15 permite a você ficar ao sol 15 vezes mais tempo do que você ficaria sem o filtro e sofrer o mesmo nível de exposição. Filtros de largo espectro devem ser utilizados e devem ter um FPS maior ou igual a 15. Coloque o filtro solar 15 a 30 minutos antes da exposição e reaplique generosamente a cada duas ou quatro horas.*Ricardo Pereira de Mattos é engenheiro eletricista e engenheiro de segurança. É professor convidado dos cursos de pós graduacão em Engenharia de Segurança do Trabalho da UFRJ e da UFF, ex-conselheiro do CREA-RJ, e sócio efetivo da SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Este artigo foi publicado na Revista “Construction Safety”, volume 6, nº 2, na edição de verão, em 1995. Essa revista é editada pela Associação para a Segurança da Construção de Ontário ( Canadá ) – CSAO Construction Safety Association of Ontario.Nota do tradutor: A idéia de traduzir e publicar o artigo nesta página, tantos anos depois de sua primeira leitura, me ocorreu após acompanhar o sofrimento de um colega, vítima de melanoma. O artigo também me chama a atenção por ser originário do Canadá, um país que tem o frio, e não o sol, como sua marca registrada. Mesmo assim, a Associação para a Segurança da Construção Civil do principal Estado daquele país, dedicou amplo espaço em sua revista para tratar deste importantíssimo tema. O que diremos então da importância de tratarmos desse assunto no tropicalíssimo Brasil ?Mais informações sobre a CSAO, podem ser conferidas em www.csao.org .Volte à página de artigos, clicando aqui.geovisit();